Every time I see you falling
I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You say the words that I can't say!
Deve ser esse tal de espírito de final de ano ...
.
[...]
Ela X Ele na Cidade sem fim
Ela não tem preço
Nem vontade
Ela não tem culpa
Nem falsidade
Ela não sabe me amar
Ela não tem jogo
Nem saudade
Ela não tem fogo
Nem muita idade
Ela não sabe me amar
Ela não saberá
Coisa de amor
De irmão
Que ela insiste e que me dá
Toda vez que eu tento
Ela sofre
Poderia ser medo
Mas como é possível?
Mas então seu amor não é meu
Nem eu o seu
Pois então que será minha amada
Amadora?
Ele não tem preço
Nem vontade
Ele não tem culpa
Nem falsidade
Ele não sabe me amar
Ele não tem jogo
Nem saudade
Ele não tem fogo
Nem muita idade
Ele não sabe me amar
Ele não saberá
Mas então seu amor não é meu
Nem eu o seu
Pois então que será meu amado
Amador?
Se eles não têm pose
Nem maldade
Eles não têm culpa
Nessa cidade
Eles não sabem amar
Coisas da vida ...
Que terminaria uma vez a longa gestação da infância e de sua dolorosa imaturidade rebentaria seu próprio ser, enfim, enfim livre! Não, não, nenhum Deus, quero estar só. E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave, um dia o que eu fizer será cegamente seguramente inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar, sobretudo um dia virá em que todo o meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há de temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro! Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante: sempre fundido, por que então viverei, só então viverei maior do que na infância, serei brutal e mal feito como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas, ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.
Muito "Perto do Coração Selvagem..."
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só as exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto mas o que eu digo. Sinto quem sou e a impressão está alojada na parte alta do cérebro, nos lábios-na língua principalmente-, na superfície dos braços e também correndo dentro, bem dentro do meu corpo, mas onde, onde mesmo, eu não sei dizer. O gosto é cinzento, um poço avermelhado, nos pedaços velhos um pouco azulado, e move-se como gelatina, vagarosamente. As vezes torna-se agudo e me fere, chocando-se comigo. Muito bem, agora pensar no céu azul, por exemplo. Mas sobretudo donde vem essa certeza de estar vivendo? Não, não passo bem. Pois ninguém se faz essas perguntas e eu...Mas é que basta silenciar para só enxergar, abaixo de todas as realidades, a única irredutível, a da existência. E abaixo de todas as dúvidas-o estudo cromático-sei que tudo é perfeito, porque seguiu de escala a escala o caminho fatal em relação a si mesmo. Nada escapa a perfeição das coisas, é essa a História de tudo.
Estou cansada agora agudamente! Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar tão docemente. A dor cansada numa lágrima simplificada. Mas agora já é desejo de poesia, isso eu confesso, Deus. Durmamos de mãos dadas. O mundo rola e em alguma parte há cassas que não conheço. Durmamos sobre Deus e o Mistério, nave quieta e frágil flutuando sobre o mar, eis o sono.
Por que ela estava tão ardente e leve, como o que vem do fogão que se destampa?
O dia tinha sido igual aos outros e talvez daí viesse o acúmulo da vida.
Obrigada C.L., por emprestar essas preciosidades. Não saberia expressar melhor que você, tudo isso aqui, que está preso.
Obrigada por me acompanhar esses dias.
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Anda,
Tira essa dor do peito, anda.
Despe essa roupa preta e manda
seu corpo deslembrar...
Canta,
vira dor pelo avesso.
Canta,
larga essa vida assim as tontas,
Deixa esse desenganar...
Calma,
Dê o tempo ao tempo, calma!
Alma,
Põe cada coisa em seu lugar
E o dia virá, algum dia virá
Sem aviso
Então...
Mais uma fuga
Para o outro lado do Brasil
(ou do mundo, quem sabe?)
Pensei em não colocá-lo aqui. "Muito grande", achei (mas) foi ...
Se eu te disser que faz tempo, estou mentindo. Escuto um som. Uma música. Seria um Jazz? Seria qual voz? Deixa estar... Não saber o que me agrada, me desagrada. Jogar-se ao abstrato, seria mais fácil. Se não penso, logo existo, logo vivo. Intenso. Está tudo tão calmo. Tranqüilo como um furacão. Porque deve ser feito desse jeito, tentando sofrer antecipadamente? Chove agora? Chove mesmo, de verdade? Coincidência. O jazz agora faz parte de mim. Onde estaríamos agora? Se a possibilidade existe, é melhor que a pensemos como o agora. (Com)paixão. Não entendo bem isso. Quer realmente me explicar? Não sou ingênua. Ou seria? Não sei o que sou ao certo. Pensando bem, eu sei o que não gosto. Não me deixe nessa prisão. Não me deixe não saber o que está pensando. Não me coloque de lado, como um brinquedo velho. Escuto um conselho, ao longe: “não inicie seus pensamentos com uma não”. É válido até negar, mas negue positivamente. O melhor seria clamar que gosto de me sentir livre. Que gosto de saber onde meus sentimentos estão repousando. Que gosto de me sentir viva. Sentir que não sou brinquedo. (sobre)vive(rá). A verdade sobre lançar-se a algo que não se tem um ponto de apoio, no princípio, pode ser atraente. Na verdade, é. O perigo que se corre é alto. “Mas apenas é início” pensei. Lançar-se ao inesperado, ao que se vê apenas ao longe é formidável. E quando foge ao nosso controle? E depois, quando já avistamos a margem do paraíso. Como não querer tê-lo todo? Medo. E o que antes era apenas uma aventura... Mas essas coisas de jovens... Gosto do gasto, gosto do profundo. Arrisco-me no intenso. Total. Seria pra ser tudo ou nunca mais! Devo pensar no nunca mais? A idéia parece-me até absurdo: porque não pensar num futuro? Afinal, nem o presente mais nos pertence! (Re)pára. Não tenho mais tempo de pensar no tempo. No tempo presente, nem futuro. Preciso viver. Viver o que reservaram para mim. O que eu reservo para mim. Há tanto gostar. Tanto querer. Há tantos abraços. Tantas palavras bonitas. Há tantos gestos. Há o que sei que posso e o que ainda nem sei que há de bom para se dar a outra pessoa. Tudo dentro de mim. Tudo guardado. Até quando? (In)segurança. Tenho tantas coisas para aprender. A voz dela me é estranha? Seria uma versão de alguma música antiga? Na verdade, nunca entendi muito de Jazz. Gosto de me levar pela batida do som, do ritmo. Ela vai me levando, levando...Quando percebe, já se está envolvendo, com um riso tamanho, sem aparente explicação, cantarolando, balançando o corpo, deixando correr...evaporando. Preciso voltar à escrita. Estaria eu me recordando da música? Ou isso lhe faz pensar em algo familiar? Não sei mais o que pensar. O que parecia ser facilmente possível, hoje tornou-se tremendamente cruel. Não me venha falar que já passou por isso, por favor. Não são todos os dias que passo por isso. Não são todos os dias que penso que encontrei alguém especial na minha vida. Tenho certeza que na sua não é diferente. Norah despede de mim. Eu despeço dela. Ela me diz “The distance I'm willing to go!”. Tento encontrar alguém pra me acompanhar. Será que esperei muito, (nova)mente? A sorte foi lançada! A sorte é a gente quem faz! Me acompanha?
Boa noite Jazz,
Boa noite chuva,
Obrigada pela companhia.
13 de agosto de 2007