. Sintaxe à Vontade .

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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

transtor(nada)

Sou nada.
Não posso querer ser tudo.
Sou o nada e toda complexidade filosófica do nada.
Sou o nada e o nada me convém.
Sou o nada e isso me faz bem.
Sou o nada e não tenho o peso de ser tudo.
Tenho a responsabilidade de ser nada!
Sou toda a beleza do nada.
Sou a intensidade do nada.
Sou o sentimento do vazio do nada.
Sou o vácuo do grito: nada!!!
Se me disser que sou nada.
Agradeço a gentileza do elogio.
Nada, nada, nada!
Erra duas vezes ao dizer que o nada me ofende.
Porque para entender o nada
Deve-se primeiro saber a profundidade do nada.
A complexidade do conceito de ser nada.
A resposta do saber e a dúvida do perguntar.
Porque sendo nada você é algo
Eterno, intenso, relutante.
Arredio, carente, receoso.
Medroso, vago, firme.
A contradição de ser nada!
Por isso digo
Bato no peito e digo
Grito do cruzeiro e digo
Sou o nada!