. Sintaxe à Vontade .

.  Sintaxe à Vontade  .

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007


Every time I see you falling

I get down on my knees and pray

I'm waiting for that final moment

You say the words that I can't say!



Deve ser esse tal de espírito de final de ano ...





.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

tenho (não) dito!


Eu estava pensando ... Para mim é melhor que eu não romanceio muito as coisas. Eu estava sofrendo tanto todo o tempo. Eu ainda tenho um monte de sonhos, mas eles não se referem a minha vida amorosa. Não me fazem ficar triste, é apenas o jeito que é.

É por isso que você está em um realacionamento com alguém que nunca está por perto?

Sim, obviamente, eu não poso lidar com o dia a dia de um relacionamento. É, nos temos, sabe, esse excitante tempo juntos e então ele vai embrora e eu sinto a falta dele, mas pelo menos eu não estou morrendo por dentro. Quando alguém está sempre ao meu redor, é como se eu estivesse sufocando!

Não, espera, você apenas disse que precisa amar e ser amada ...

Sim, mas quando eu sou, isso rapidamente me faz ficar enjoada! É um desastre ... Quero dizer, eu realmente fico feliz quando eu estou por minha conta. Mesmo estar sozinha é melhor do que sentar perto de um amante e me sentir sozinha. Não é fácil para mim ser uma romântica. Começa desse jeito e, depois que você foi sacaneada algumas vezes você, você esquece sobre todas as suas idéias ilusórias, e você apenas aceita a sua vida como é. Não é nem mesmo verdade, eu não fui sacaneada, eu apenas tive muitos relacionamentos blá. Eles não eram ruins, eles se importavam comigo, mas eles não eram reais ... conexão, ou excitamento. Pelo menos, não do meu lado. Deus, sinto muito. Isso é realmente tão ruim? Não é, certo? Sabe, não é nem mesmo isso, eu estava, eu estava bem até ler seu maldito livro. Ele contou meus segredos, ele me fez lembrar quão ... genuinamente romântica eu era, quanto eu tinha tanta esperança nas coisas e agora é como ... Eu não acredito em nada relacionado ao amor. Eu não sinto as coisas pelas pessoas mais. De certo modo eu coloquei todo o meu romantismo naquela única noite e eu nunca mais fui capaz de sentir tudo aquilo de novo. Como, se de alguma forma aquela noite tivesse tirado as coisas de mim e eu as expressei para você e você as levou com você! Me fez sentir fria, como se o amor não fosse para mim!

Eu .. eu não acredito nisso. Não acredito nisso.

Mas o que significa o homem certo? O amor de sua vida? O conceito é absurdo ... a idéia de que nós somente podemos ser completos por uma outra pessoa é DEMONÍACA, certo? Sabe, eu acho que já estive com o coração partido muitas vezes. E então eu me recupero. Então agora, desde o começo, eu não faço esforço. Porque sei exatamente o que acontece ...

Você não pode fazer isso. Você não pode viver a sua vida tentando evitar a dor, as custas do ...

Ok, sabe do que mais? Engula suas palavras! Eu tenho que ...
eu tenho que ficar longe de você ...








sábado, 10 de novembro de 2007

monet


Achei você no meu jardim. Entristecido. Coração partido. Bichinho arredio ... Peguei você pra mim. Como a um bandido. Cheio de vícios. E fiz assim. Fiz assim: Reguei com tanta paciência. Podei as dores, as mágoas, doenças. Que nem as folhas secas vão embora. Eu trabalhei ! Fiz tudo, todo meu destino. Eu dividi, ensinei de pouquinho. Gostar de si, ter esperança e persistência. Sempre! A minha herança pra você é o amor capaz de fazê-lo tranqüilo. Pleno, reconhecendo o mundo. O que há em si. Achei você no meu jardim ...

Mais um. Mais uma. Mais eu. O importante, diz-se, é continuar ...
Descuidada jardineira.

domingo, 4 de novembro de 2007

Finalizando [2] .

[...]

É só isso .
Não tem mais jeito,
Acabou, boa sorte!

Não tenho o que dizer
São só palavras.
E o que eu sinto
Não mudará.

Tudo o que quer me dar é demais, é pesado, não há paz!
Tudo o que quer de mim, irreais, expectativas, desleais!

Mesmo, se segure .
Quero que se cure
Dessa pessoa
Que o aconselha.

Há um desencontro,
Veja por esse ponto:
Há tantas pessoas especiais ...


Tudo o que quer me dar é demais, é pesado, não há paz!
Tudo o que quer de mim, irreais, expectativas, desleais!

Agora, estamos caindo, caindo,
caindo,
cair na noite,
na madrugada ...
. Um bom encontro é de dois .
cair na noite,
na madrugada ...






É na despedida que sabemos quanto tempo o tempo dura.
Quanto tempo o tempo pode custar a durar.
Qual o tempo de ser, de reconhecer e de tornar-se.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Finalizando .

[...]


Ela X Ele na Cidade sem fim


Ela não tem preço
Nem vontade
Ela não tem culpa
Nem falsidade
Ela não sabe me amar
Ela não tem jogo
Nem saudade
Ela não tem fogo
Nem muita idade
Ela não sabe me amar
Ela não saberá

Coisa de amor
De irmão
Que ela insiste e que me dá
Toda vez que eu tento
Ela sofre
Poderia ser medo
Mas como é possível?

Mas então seu amor não é meu
Nem eu o seu
Pois então que será minha amada
Amadora?

Ele não tem preço
Nem vontade
Ele não tem culpa
Nem falsidade
Ele não sabe me amar
Ele não tem jogo
Nem saudade
Ele não tem fogo
Nem muita idade
Ele não sabe me amar
Ele não saberá

Mas então seu amor não é meu
Nem eu o seu
Pois então que será meu amado
Amador?

Se eles não têm pose
Nem maldade
Eles não têm culpa
Nessa cidade
Eles não sabem amar
Coisas da vida ...




E como ela disse:

Pra terminar, dizer que o amor chegou ao fim
Esqueça de me perguntar se ainda há amor em mim!



quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Olhai o sinal: ficou verde!


Perto de você dentro da tua história, eu carrego as paisagens e as miragens do além ... Digo que quebro as telhas da nossa grande construção pra durmir na amplidão (.............)

E o sol rodando vermelho ... e o sol pregado no azul ... e o sol rodando no céu ... e o sol suspenso no ar!... ar????????

Eu sou um louco de Deus, Eu sou um servo dos loucos de Deus! No fundo dos olhos, na alma do corpo, No Fogo! Fogo!








ohu, é só saudade de um momento bom de um passado recente ruim!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dói ou alegra?

"Vago, longínquo mudo. Um instante ... acabou-se. E não podia saber se depois desse tempo vivido viria uma continuação ou uma renovação ou nada, como uma barreira. Ninguém dependia que ela fizesse exatamente o contrário de qualquer das coisas que fosse fazer: ninguém, nada ... não era obrigada a seguir o próprio começo. Doía ou alegrava? No entanto sentia que essa estranha liberdade que fora sua maldição, que nunca ligara nem a si própria, essa liberdade era o que iluminava sua matéria. E sabia que daí vinha sua vida e seus momentos de glória e
daí vinha a criação de cada instante futuro."

Estranho pensar que tudo o que penso já foi pensado, dito ou escrito por alguém. Há a necessidade de ser original, único. De onde vem a necessidade eu não sei dizer. Ela disse que não sou obrigada a seguir o próprio começo. Não sei se isso me faz bem ou me entristece. Fala da maldição da liberdade. Da liberdade intriseca a maldição. Há tempo ando pensando se todo esse tempo vivo continuação ou renovação ou nada. Você disse tudo, minha cara!
disse tudo.

Bom, na verdade é que depois de ter começado a ler suas obras, acabei por justificar quase todas as minhas ações. E isso não seria uma coisa ruim. Não é. Aprendi que, se eu não sei explicar uma determinada coisa, não tenho necessidade de explicá-la: ao explicar o que sei, corro um sério risco de minhas palavras serem mal compreendidas, ou mal explicadas. E explicar o que nem sei? explicar o que fujo? explicar o porquê da não explicação?
Calo-me ... deixo vago, longíquo mudo ...

Se uma coisa eu aprendi agora foi que simplificar demais a vida, no sentido de não complicar mesmo, é prejudicial a mim. Parece paradoxal, na verdade é. Ou eu não nasci para esse mundo ou esse mundo não nasceu para mim ou nehuma das duas coisas ...
Não fico com nenhuma das hipóteses ... deixa o verão para mais tarde ... por enquanto. Dói ou alegra?



"Vejo em alguns olhos sinceridade.
Sinto que os meus são espelho.
Mas ontem notei que os meus não foram verdadeiros.
Tentei me explicar um porquê.
Depois de muito, notei que os meus foram reflexo.
Ou fomos verdadeiramente cegos ou estupidamente sinceros.
Mas mesmo assim sonhei que necessitava dos seus olhos ... "

quarta-feira, 17 de outubro de 2007


Que terminaria uma vez a longa gestação da infância e de sua dolorosa imaturidade rebentaria seu próprio ser, enfim, enfim livre! Não, não, nenhum Deus, quero estar só. E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave, um dia o que eu fizer será cegamente seguramente inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar, sobretudo um dia virá em que todo o meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há de temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro! Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante: sempre fundido, por que então viverei, só então viverei maior do que na infância, serei brutal e mal feito como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas, ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.


Muito "Perto do Coração Selvagem..."

sábado, 6 de outubro de 2007

. levei um copo dágua para dormir .

No quarto, já despida sobre a cama, não conseguia adormecer. Seu corpo existia além dela mesmo como um estranho. Sentia-o palpitante, aceso. Fechou a luz e os olhos, tentou fugir, dormir. Mas continuou por longas horas a perscrutar-se, a vigiar o sangue que se arrastava grosso pelas suas veias como um animal bêbado. E a pensar. Como não se conhecia até então. Aquelas formas finas e ligeiras, aquelas linhas delicadas de adolescente. Abriam-se, respiravam sufocadas e cheias de si mesmas até o limite.
[...]
Acordou tarde e alegre. Cada célula, imaginava, abrira-se florescente. Milagrosamente todas as energias despertas, prontas para lutar.
[...]
E foi tão corpo que foi puro espírito. Atravessava os acontecimentos e as horas imaterial, esgueirando-se entre eles com a leveza de um instante. Mas se alimentava e seu sono era fino como véu. Acordava muitas vezes durante a noite, sem susto, preparando-se antes de pensar para sorrir. Adormecia de novo sem mudar de posição, apenas cerrando os olhos. Procurou-se muito no espelho, amando-se sem vaidade. A pele serena, os lábios vivos faziam-na quase tímida voltar as costas para sua imagem, sem força para sustentar seu olhar contra o daquela mulher, fresco e úmido, tão brandamente claro e seguro. Depois cessou a felicidade.
[...]
Respirava mal como se dentro dela não houvesse lugar para o ar. Caminhou de um lado para o outro, perplexa com a mudança. Como? – perguntava-se e sentia que estava sendo ingênua, aquilo tinha dois lados? Sofrer pelo mesmo motivo que a tornava terrivelmente feliz?

Carregou consigo o corpo doente, um ferido incômodo, durante os dias. A leveza fora substituída por miséria e cansaço. Saciada – um animal que matara sua sede inundando seu corpo dágua. Mas ansiosa e infeliz como se pesar de tudo restassem terras ainda não molhadas, áridas e sedentas. Sofreu sobretudo de incompreensão, sozinha, atônita. Até que encostando a testa no vidro da janela – rua quieta, a tarde caindo, o mundo lá fora -, sentiu o rosto molhado. Chorou livremente, como se esta fosse a solução. As lágrimas corriam grossas, sem que ela contraísse um só músculo da face. Chorou tanto que não soube contar. Sentiu-se depois como se tivesse voltado às suas verdadeiras proporções, miúda, murcha, humilde. Serenamente vazia. Estava pronta.


Problemas para dormir, HistOrieta?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

(ante)mão!

O teto era branco, o teto era branco. Até seus ombros que ela sempre considerava tão distantes de sí mesma, palpitavam vivos, trêmulos. Quem era ela? A víbora. Sim, sim, para onde fugir? Não se sentia fraca, mas pelo contrário possuída de um ardor pouco comum, misturado a certa alegria, sombria e violenta. Estou sofrendo, pensou de repente e surpreendeu-se. Estou sofrendo, dizia-lhe uma consciência a parte. E subitamente esse outro ser agigantou-se e tomou o lugar do que sofria. Nada acontecia se ela continuava a esperar o que ia acontecer ... Podiam-se parar os acontecimentos e bater vazia como os segundos, vigiando-se atenta, perscrutando a volta da dor. Não, não a queria! E como para deter-se cheia de fogo, esbofeteou a próprio rosto.

. Ocorrerá Clarisses até o final do dia, do mês, do ano, da vida? Ocorrerão Clarisses .

terça-feira, 2 de outubro de 2007

(in) descritível

... Sede, sede profunda e velha. Talvez fosse apenas a falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava que sua sede pedisse inundações. Talvez apenas alguns goles ... Ah, eis uma lição, diria a tia: nunca ir adiante, nunca roubar antes de saber se o que você quer roubar existe em alguma parte honestamente reservado para você. Ou não? Roubar torna tudo mais valioso.
O gosto do mal-mastigar vermelho, engolir fogo adocicado.


Não acusa-me. Busca a base do egoísmo: tudo que não sou não pode me interessar, há possibilidade de ser além do que se é-no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que sou normalmente-; tenho um corpo e tudo o que eu fizer é continuação de meu começo; se a civilização dos Maias não me interessa é porque nada tenho dentro de mim que se possa unir aos seus baixos relevos; aceito tudo o que vem de mim porque não tenho conhecimento das causas e é possível que esteja pisando no vital sem saber; é essa a minha maior humildade, adivinhava ela.
O pior é que ela poderia riscar tudo o que pensara.

Seus pensamentos eram, depois de erguidos, estátuas no jardim e ela passava pelo jardim olhando e seguindo o seu caminho.

Fica assim:
Eu com a minha sede; a espera de um mar ou de um copo.
Com a minha tentativa frustada de tentar dizer. Não é porque não tenho as causas, não é porque posso estar "pisando no vital".
Seria porque despertei a minha existência, como não quer acreditar que despertei?

Ah! Quero mais é engolir o fogo adocicado...

... porque não?!


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

(re)conhecendo

É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só as exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto mas o que eu digo. Sinto quem sou e a impressão está alojada na parte alta do cérebro, nos lábios-na língua principalmente-, na superfície dos braços e também correndo dentro, bem dentro do meu corpo, mas onde, onde mesmo, eu não sei dizer. O gosto é cinzento, um poço avermelhado, nos pedaços velhos um pouco azulado, e move-se como gelatina, vagarosamente. As vezes torna-se agudo e me fere, chocando-se comigo. Muito bem, agora pensar no céu azul, por exemplo. Mas sobretudo donde vem essa certeza de estar vivendo? Não, não passo bem. Pois ninguém se faz essas perguntas e eu...Mas é que basta silenciar para só enxergar, abaixo de todas as realidades, a única irredutível, a da existência. E abaixo de todas as dúvidas-o estudo cromático-sei que tudo é perfeito, porque seguiu de escala a escala o caminho fatal em relação a si mesmo. Nada escapa a perfeição das coisas, é essa a História de tudo.

Estou cansada agora agudamente! Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar tão docemente. A dor cansada numa lágrima simplificada. Mas agora já é desejo de poesia, isso eu confesso, Deus. Durmamos de mãos dadas. O mundo rola e em alguma parte há cassas que não conheço. Durmamos sobre Deus e o Mistério, nave quieta e frágil flutuando sobre o mar, eis o sono.

Por que ela estava tão ardente e leve, como o que vem do fogão que se destampa?

O dia tinha sido igual aos outros e talvez daí viesse o acúmulo da vida.


Obrigada C.L., por emprestar essas preciosidades. Não saberia expressar melhor que você, tudo isso aqui, que está preso.
Obrigada por me acompanhar esses dias.
1 de 2

sábado, 29 de setembro de 2007

Mundo Novo ?

"Mas a castidade significa paixão, a castidade significa neurastenia. E a paixão e a neustarenia significam instabilidade. E a instabilidade é o fim da civilização. Não se pode ter uma civilização duradoura sem uma boa quantidade de vícios amáveis [...] Meu jovem amigo, a civilização não tem nenhuma necessidade de nobreza ou de heroísmo. Essas coisas são sintomas da incapacidade política. Numa sociedade convenientemente organizada como a nossa, ninguém tem oportunidade para ser nobre ou heróico. É preciso que as coisas se tornem profundamente instáveis para que tal oportunidade possa apresentar-se"


"Mas as dificuldades realçam-lhes as delícias"
"Mas há coisas vis que nobremente se suportam"
"O antro mais escuro, o lugar mais propício"
"Quando o sangue está em chamas, os juramentos mais fortes não são mais do que palha. Contém-se mais senão ..."
"Nem a doninha, nem o cavalo fechado em sua estrebaria, se atiram a ela com tão desordenado apetite. Do busto para baixo são centauros, para cima são mulheres. Para os Deuses a parte de cima, tudo o que fica abaixo pertence aos demônios; aí é o inferno, as trevas, o abismo sulfuroso, que queima, que ferve, a fetidez, a corrupção ... puah, puah, puah! Dá-me uma onça de almíscar, bom boticário, para me purificar a imaginação"
"Imprudent Strumpet!"


Óh Admirável Mundo Novo!
Óh Otelo, Hamlet, Rei Lear, Macbeth!
Óh Julietas e Romeus, Trólos e Cressildas, Cleópatras e Antônios!
Óh Sonhos de uma noite ...
Óh, A tempestade! ...
Óh, hoje (só) a lua que está cheia???

terça-feira, 18 de setembro de 2007

(Im) possível

Isso é para a gente ver que nem sempre o que sentimos que pode acontecer, realmente acontece. E que isso pode ser muito ruim ou muito bom. Depende do lado que se vê. Depende do lado que você está. Na verdade o possível é tão ou mais difícil que o impossível de acontecer, se for parar para pensar. O possível é viável, certo, óbvio de ocorrer. Por esse exato motivo, quando o possível não sai como seria óbvio de se acontecer, tudo desanda, dá um nó na sua cabeça. Ao contrário, o impossível é sempre impossível de ocorrer. Quando ocorre, ou: 1) é uma coisa tão fantásticamente impossível de acontecer que você fica igual um abestalhada sem acreditar no que aconteceu; 2) é uma coisa bizarramente impossível de acontecer que você fica igualmente abestalhada, sem acreditar que tenha acontecido.

O ponto é que escutei hoje de uma fonte nada crível, que o grande prazer da vida é fazer o impossível. Achei estúpidamente estranho escutar isso. Achei mais estúpido ainda ficar pensando acerca disso. Mas a resposta foi até que óbvia: é verdade!Minha gente, é verdade!

O impossível sempre me perseguiu. Eu que não abria meus olhos. Agora que me entreguei ao impossível, as coisas da vida tem tomado outro sentido. Um sentido mais amplo, menos medroso. Um sentido mais específico, mais corajoso.

A verdade é que essa coisa toda de ficar atrás de uma armadura e não se jogar ao desconhecido já caiu por terra faz tempo. Só que ainda não tinham me avisado sobre isso. Esse é o ponto. Avisada estou agora. Será que as coisas vão começar a andar?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

(nova)mente!


"Desse minuto, durante o qual o mundo que o cercava dissolvia-se em nada, durante o qual Sidarta estava só como um astro no firmamento, desse minuto transido de frio e de temores, emergiu Sidarta, mais eu do que nunca, mais firme, mais concentrado. Sentiu nitidamente: aquilo fora o derradeiro tremor do despertar, o último espasmo do parto. E logo tornou a caminhar, em marcha rápida, impaciente, afastando-se da sua terra, do lar paterno, de tudo quanto jazia atrás dele."

Sidarta, Hesse Hermann


Taí uma prévia do que passarei.
Não quero prever, nem fazer apostas altas. Vai ser e tenho que conformar. Passarei e não olharei pra trás. Farei como Sidarta, nesse momento. Provar o gosto de estar consigo mesma. E somente só.
(nova)mente!!!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Então ...


Anda,
Tira essa dor do peito, anda.
Despe essa roupa preta e manda
seu corpo deslembrar...

Canta,
vira dor pelo avesso.
Canta,
larga essa vida assim as tontas,
Deixa esse desenganar...

Calma,

Dê o tempo ao tempo, calma!
Alma,
Põe cada coisa em seu lugar
E o dia virá, algum dia virá
Sem aviso

Então...


Mais uma fuga
Para o outro lado do Brasil
(ou do mundo, quem sabe?)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Por favor, pode me informar até quando?


Achas que não te teria feito saber que, se sofrias, eu sofria também; que se choravas, havia também lágrimas em meus olhos e que, se tu estavas na casa da escravidão e eras desprezado pelos homens, eu ergueria, com minha dor, uma casa onde acumularia , até a tua chegada, um tesouro, no qual tudo aquilo que os homens te tinham negado estaria à tua espera para te satisfazer, acrescentado cem vezes?

...


A paixão é uma mar
Parabólica
Dilatada

Estrada que dói
Encanto de flor
Labirinto

Espera de redes ...



(é uma mistura assim de Oscar Wilde com Fogo Encantado)


terça-feira, 14 de agosto de 2007

O Jazz


Pensei em não colocá-lo aqui. "Muito grande", achei (mas) foi ...


Se eu te disser que faz tempo, estou mentindo. Escuto um som. Uma música. Seria um Jazz? Seria qual voz? Deixa estar... Não saber o que me agrada, me desagrada. Jogar-se ao abstrato, seria mais fácil. Se não penso, logo existo, logo vivo. Intenso. Está tudo tão calmo. Tranqüilo como um furacão. Porque deve ser feito desse jeito, tentando sofrer antecipadamente? Chove agora? Chove mesmo, de verdade? Coincidência. O jazz agora faz parte de mim. Onde estaríamos agora? Se a possibilidade existe, é melhor que a pensemos como o agora. (Com)paixão. Não entendo bem isso. Quer realmente me explicar? Não sou ingênua. Ou seria? Não sei o que sou ao certo. Pensando bem, eu sei o que não gosto. Não me deixe nessa prisão. Não me deixe não saber o que está pensando. Não me coloque de lado, como um brinquedo velho. Escuto um conselho, ao longe: “não inicie seus pensamentos com uma não”. É válido até negar, mas negue positivamente. O melhor seria clamar que gosto de me sentir livre. Que gosto de saber onde meus sentimentos estão repousando. Que gosto de me sentir viva. Sentir que não sou brinquedo. (sobre)vive(rá). A verdade sobre lançar-se a algo que não se tem um ponto de apoio, no princípio, pode ser atraente. Na verdade, é. O perigo que se corre é alto. “Mas apenas é início” pensei. Lançar-se ao inesperado, ao que se vê apenas ao longe é formidável. E quando foge ao nosso controle? E depois, quando já avistamos a margem do paraíso. Como não querer tê-lo todo? Medo. E o que antes era apenas uma aventura... Mas essas coisas de jovens... Gosto do gasto, gosto do profundo. Arrisco-me no intenso. Total. Seria pra ser tudo ou nunca mais! Devo pensar no nunca mais? A idéia parece-me até absurdo: porque não pensar num futuro? Afinal, nem o presente mais nos pertence! (Re)pára. Não tenho mais tempo de pensar no tempo. No tempo presente, nem futuro. Preciso viver. Viver o que reservaram para mim. O que eu reservo para mim. Há tanto gostar. Tanto querer. Há tantos abraços. Tantas palavras bonitas. Há tantos gestos. Há o que sei que posso e o que ainda nem sei que há de bom para se dar a outra pessoa. Tudo dentro de mim. Tudo guardado. Até quando? (In)segurança. Tenho tantas coisas para aprender. A voz dela me é estranha? Seria uma versão de alguma música antiga? Na verdade, nunca entendi muito de Jazz. Gosto de me levar pela batida do som, do ritmo. Ela vai me levando, levando...Quando percebe, já se está envolvendo, com um riso tamanho, sem aparente explicação, cantarolando, balançando o corpo, deixando correr...evaporando. Preciso voltar à escrita. Estaria eu me recordando da música? Ou isso lhe faz pensar em algo familiar? Não sei mais o que pensar. O que parecia ser facilmente possível, hoje tornou-se tremendamente cruel. Não me venha falar que já passou por isso, por favor. Não são todos os dias que passo por isso. Não são todos os dias que penso que encontrei alguém especial na minha vida. Tenho certeza que na sua não é diferente. Norah despede de mim. Eu despeço dela. Ela me diz “The distance I'm willing to go!”. Tento encontrar alguém pra me acompanhar. Será que esperei muito, (nova)mente? A sorte foi lançada! A sorte é a gente quem faz! Me acompanha?

Boa noite Jazz,

Boa noite chuva,

Obrigada pela companhia.

13 de agosto de 2007

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Já é um momento que não existe (?)

Frio. Pessoas. Música. Coisas. Festas.
Pessoas. Forró. Cordel. República.
Amiga. Cerveja. Pessoa. Felicidade. Amiga.
Pessoa. Falta d'agua. Churrasco. Pessoa.
Taberna do Conde. Pessoa. Amigos. Igreja de São Pedro.
Pessoa. Dia bonito. Filme. Trabalho. Sono.
Sonhos. Esperança. Conversas. Amigos.
Poço. Rock. Música. Feliz. Cerveja.
Farofa carioca. Amigos pra vida inteira. Vilarejo inesquecível (sempre)




Eu vou cantar pra saudade...Com seu vestido vermelho e a sua boca. Eu vou cantar pra saudade descer na minha cabeça e comandar sua festa. Aquele cheiro, som, imagem do teu corpo incendeia ... E um rio carregado de saudade vem correr na minha veia. Na veia, amor, na veia!!! É como a luz da lua que atravessa a parede da cadeia: clareia mais forte que o sol! E Quando a saudade chegar com seu batalhão de agitadores e tantas bandeiras... Vou cantar aquele som da gente, vou rasgar o teu vestido novo...




Cordel ... Pessoa.


HistOrieta voltando (será)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Vilarejo


"Há um vilarejo alí
onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa

Vê o horizonte deitar no chão"

Comenta-se que esse vendo é mágico.

Não entendo bem o porque.

Que esse horizonte tem a melhor vista de todas.

Também quiz entender.


"Lá o tempo espera

Lá é primavera

Portas e janelas ficam sempre abertas

Pra sorte entrar"

Até dizem que, por vezes, o tempo pára.

Ou acelera, ao seu querer.

Não compreendi.

Que a sorte fica a sua disposição.

Basta querê-la com força.


Não entendi bem o significado de tudo isso. Engraçado que não entendi, mas vivenciei. Pois aconteceu, e é real. Parece até absurdo: Fui ao vilarejo! Me senti tão bem...

Então minha vida fica dividida entre o que foi antes do vilarejo e os 3 anos depois (mas não foram 3 meses?).

Ideologia, personalidade, gostos, pensamentos, gestos ... tudo fica diferente. E as coisas da vida ficam mais fáceis de serem aceitas. Fica mais fácil lutar pelo que se quer. Fica mais fácil querer e ser. Fica mais fácil ser o que se é.
É a força do vilarejo.

Preciso voltar entende?
Deixei ainda muita coisa por lá ... Preciso recuperar!

Preciso deixar algo lá ... e esquecê-lo!

Tenho que encontrar novamente o vento, a varanda.
A primavera, as portas.
O horizonte, a sorte ...

... e que termine como tem que terminar:

"Tem um VERDADEIRO amor
Para quando você for"



Acho Stranger
que terá que mudar novamente
...
quem sabe HistOrieta???
boua pedida!!!
;)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Dos três mal amados

" O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte"


Gostaria muito de ter escrito isso.
A fome de amar que ultrapassa a morte.
Que ultrapassa até a própria pessoa.
Exagerada, eu?
sim



João Cabral de Melo Neto

Vai Stranger,
Vai ser gauche na vida!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Para começar, um início!


Achei propício colocar esse filme, para iniciar ...
Diálogo do filme O carteiro e o poeta.

O filme se passa numa pequena ilha da Itália que teve seu cotidiano abalado por um poeta que foi exilado de seu país.

O poeta se chama Pablo Neruda.

E essa é a história de um relacionamento quese fraternal entre Don Pablo e seu carteiro, o então peixeiro e sonhador Mario.


O que Neruda retruca:
- Não é justo me cobrir de sorrisos e metáforas!
- Don Pablo ... O que são?

- Metáforas? É qdo se fala de uma coisa, comparando-a com outra.
- Isso é algo que se usa na poesia?
- Também ...


Após o poeta dar um exemplo simples que do céu que chora, falando da chuva, Mario, o carteiro, pergunta:

- Por que tem um nome tão complicado?

- O homem não tem nada a ver com a simplicidade ou complexidade das coisas.

[...]

Mario não contente:
- Porque "o cheiro de uma barbearia me faz soluçar em voz alta"?

(remetendo a obra de Neruda que acabara de ler, Odes Elementares)

E continua

- Também gostei quando escreveu: estou cansado de ser um homem. Isso também acontece comigo mas nunca soube como dizer. Realmente gostei qdo lí ...

- Você vai ver, Mario ... Não posso lhe dizer com palavras diferentes das que usei. quando você a explica, a poesia se torna banal. Melhor do que qualquer explicação... É a experiência de sentimentos que a poesia pode revelar a uma alma suficientemente aberta para entendê-la



Bom início, stranger,
bom início
^^
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