. Sintaxe à Vontade .

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quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Dói ou alegra?

"Vago, longínquo mudo. Um instante ... acabou-se. E não podia saber se depois desse tempo vivido viria uma continuação ou uma renovação ou nada, como uma barreira. Ninguém dependia que ela fizesse exatamente o contrário de qualquer das coisas que fosse fazer: ninguém, nada ... não era obrigada a seguir o próprio começo. Doía ou alegrava? No entanto sentia que essa estranha liberdade que fora sua maldição, que nunca ligara nem a si própria, essa liberdade era o que iluminava sua matéria. E sabia que daí vinha sua vida e seus momentos de glória e
daí vinha a criação de cada instante futuro."

Estranho pensar que tudo o que penso já foi pensado, dito ou escrito por alguém. Há a necessidade de ser original, único. De onde vem a necessidade eu não sei dizer. Ela disse que não sou obrigada a seguir o próprio começo. Não sei se isso me faz bem ou me entristece. Fala da maldição da liberdade. Da liberdade intriseca a maldição. Há tempo ando pensando se todo esse tempo vivo continuação ou renovação ou nada. Você disse tudo, minha cara!
disse tudo.

Bom, na verdade é que depois de ter começado a ler suas obras, acabei por justificar quase todas as minhas ações. E isso não seria uma coisa ruim. Não é. Aprendi que, se eu não sei explicar uma determinada coisa, não tenho necessidade de explicá-la: ao explicar o que sei, corro um sério risco de minhas palavras serem mal compreendidas, ou mal explicadas. E explicar o que nem sei? explicar o que fujo? explicar o porquê da não explicação?
Calo-me ... deixo vago, longíquo mudo ...

Se uma coisa eu aprendi agora foi que simplificar demais a vida, no sentido de não complicar mesmo, é prejudicial a mim. Parece paradoxal, na verdade é. Ou eu não nasci para esse mundo ou esse mundo não nasceu para mim ou nehuma das duas coisas ...
Não fico com nenhuma das hipóteses ... deixa o verão para mais tarde ... por enquanto. Dói ou alegra?



"Vejo em alguns olhos sinceridade.
Sinto que os meus são espelho.
Mas ontem notei que os meus não foram verdadeiros.
Tentei me explicar um porquê.
Depois de muito, notei que os meus foram reflexo.
Ou fomos verdadeiramente cegos ou estupidamente sinceros.
Mas mesmo assim sonhei que necessitava dos seus olhos ... "

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